quinta-feira, 23 de maio de 2013

AMOR



Não poderia haver melhor nome para esse filme, inclusive é a fiel tradução do título original da obra (ainda bem que o conservaram, pois, no Brasil, muitas vezes erram feio na tentativa de dar um nome nacional a filme estrangeiro). A escolha foi muito apropriada em pelo menos dois aspectos. Primeiro, e o mais óbvio, é  porque a produção aborda justamente esse sublime sentimento. Depois, porque, assim como a palavra, o filme é simples e singelo, e, ao mesmo tempo, sensível, impactante e profundo.

Eis o resumo da história, retirado do site www.adorocinema.com: Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste.

Amor  é  feito antes de gestos e atitudes do que de palavras. Os diálogos existem, mas as ações são muito mais significantes e pungentes; retratam com mais força a mensagem que a história pretende passar. Não me lembro de ter ouvido um "eu te amo" entre o casal, se existiu foi bem discreto, sem realce. No entanto, ao término do filme, o amor entre os dois protagonistas é a certeza mais sólida que temos.

É muito bonito ver a relação entre os dois velhinhos; a cumplicidade e o companheirismo entre eles. Vemos nas suas atitudes todo o carinho e a afeição que sentem um pelo outro. Atitudes que nos são mostradas com muita sutileza. Nesse ponto vejo um dos grandes méritos do filme. O diretor aborda o dia a dia de um casal de idosos, antes e depois da trágica ocorrência, de uma forma muito natural, sem arroubos de emoção (apesar da situação difícil que passam a viver e da dura e inquietante cena nos momentos finais da trama).

Os destaques vão para a direção, exercida de forma magistral pelo competente e premiado Michael Haneke (o mesmo de A Fita Branca), que, valendo-se de cenas simples do cotidiano, no único espaço de um apartamento, nos insere inteiramente no terrível drama do idoso casal. Também, para o roteiro, que é original no seu desenlace; e, obviamente, para a soberba atuação dos dois protagonistas. Um dos melhores filmes a que assisti nesses últimos anos.

Ficha Técnica:


Diretor: Michael Haneke
Elenco: Jean-Louis Trintignant, Emmanuelle Riva, Isabelle Huppert, Alexandre Tharaud, William Shimell, Ramón Agirre, Rita Blanco, Carole Franck, Dinara Drukarova, Laurent Capelluto, Jean-Michel Monroc, Suzanne Schmidt, Damien Jouillero, Walid Afkir
Produção: Stefan Arndt, Margaret Ménégoz
Roteiro: Michael Haneke
Fotografia: Darius Khondji
Duração: 127 min.
Ano: 2012
País: França, Alemanha, Áustria
Gênero: Drama
Cor: Colorido
Distribuidora: Imovision
Estúdio: Les Films du Losange / X-Filme Creative Pool / Wega Film
Classificação: 14 anos


Trailler

2 comentários:

  1. não descambou para o pieguismo como era de se esperar, graças à boa direção. Muito bom o filme...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bem observado. O filme foi sóbrio do começo ao fim.

      Excluir