segunda-feira, 15 de outubro de 2012

O ALQUIMISTA - PAULO COELHO


Se, por um lado, Paulo Coelho sempre foi alvo de críticas pesadas por parte dos especialistas; por outro,  foi sucesso de vendas em todas as suas produções literárias. Essas posições contrárias despertavam a minha curiosidade para saber qual desses dois lados tinha razão. Como entendo ser injusto criticar sem conhecer, resolvi ler algo desse escritor. Vai que eu goste!! Afinal ele é um dos escritores brasileiros mais lidos no mundo, já vendeu milhões de exemplares de suas obras; não é possível que não exista nada que se aproveite nos seus livros! Escolhi, então, O Alquimista.

Não é que me surpreendi!! O Alquimista é pior, muito pior, do que eu pensava. Aff!! Como não conhecia os trabalhos literários do Paulo Coelho, imaginava que a implicância da crítica com esse escritor girava em torno do conteúdo com teor espiritualista, místico, com doses de auto-ajuda, de seus livros. Mas não é só isso, pelo menos, não em O Alquimista. Literariamente falando, a obra é ruim em tudo mesmo. A história é batida e previsível, o texto é primário e repetitivo, cheio de frases de efeito rasas, clichês e lugares-comuns, dignos de constar no roteiro dos horrorosos filmes da Xuxa. A narrativa é preguiçosa e mal articulada. Não gostei de nada mesmo.

Como se não bastassem esses problemas, o livro apresenta ainda diversos e graves erros de gramática. Por exemplo: redundância (há anos atrás...), emprego de plural no verbo haver com sentido de existir (haviam certas ovelhas...), e outros mais. E não se trata de erros isolados que passaram despercebidos na revisão, afinal eles aparecem várias vezes em todo o texto. Sei que o Português é difícil e capcioso, mas falhas básicas como essas são inadmissíveis para um escritor, ainda mais para quem é membro da Academia Brasileira de Letras. (Sim, para quem não sabia, Paulo Coelho ocupa uma cadeira na ABL desde 2002, a mesma Instituição que acolheu como membros: Rui Barbosa, Machado de Assis e Guimarães Rosa. É de chorar!!).

Depois dessas colocações, vamos, então, para a história. O Alquimista conta a saga de um pastor de ovelhas que deixa sua terra, a Espanha, e sai à procura de um tesouro escondido na região das pirâmides do Egito. No caminho ele descobre que tem uma lenda pessoal e, além de procurar o tesouro, precisa vivê-la. Nessa busca, conhece algumas pessoas, entre elas um alquimista, que irão ajudá-lo a alcançar o seu objetivo. Bem, é isso. Como eu disse, batida e previsível. A trama me lembra muito uma peça de teatro. Uma que meus dois irmãos mais novos, à época com 14 e 12 anos, escreveram e encenaram, juntamente com amiguinhos da mesma idade, no quintal da casa onde morávamos.

Enfim, na minha humilde avaliação, nada em O Alquimista se salva. Não consigo entender como foram vendidas 65 milhões de cópias desse livro, sendo a obra traduzida para 73 línguas. Paulo Coelho já garantiu que, como mago, é capaz de fazer chover, e eu começo a acreditar. Pois, para quem consegue a proeza de vender tantos exemplares desse livro, em vários países, produzir chuva é moleza. Só pode ser obra de algum tipo de magia!

Existem, pelo menos, dois casos misteriosos de sucesso que me intrigam: Amado Batista e Latino. Não consigo encontrar explicação para o sucesso de público desses artistas. Agora, juntou-se a esses dois o do Paulo Coelho. Esses três tinham tudo para dar errado e deram certo. E recuso-me a aceitar que o êxito comercial desses casos se deve apenas ao Marketing e à curiosidadeHá algum fenômeno oculto. No caso do Paulo Coelho, pode-se alegar que ele é mago. Ok! E os outros dois? Humm...A não ser que... O Paulo Coelho também seja o Amado Batista e o Latino. Isso! Os três são a mesma pessoa, o mesmo mago, o Mestre dos Magos, que, segundo dizem, também é o Vingador! É...Caverna do Dragão marcou a minha infância, estou curioso para ver o último episódio. Mas...Do que eu falava mesmo...? Ah, não importa mais!

Até a próxima!!


2 comentários:

  1. Gosto muito dos seus comentários e críticas, mas esse me chamou bastante a atenção e dei ótimas risadas! Lembrei da minha adolescência e o quanto eu gostava de Paulo Coelho, rs. O primeiro livro dele que eu li foi "Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei", adorei e me marcou muito, era tudo o que eu buscava no auge dos meus 17 anos... Confesso que li mais alguns livros dele, inclusive "O Alquimista", mas este realmente não me encheu os olhos.
    Ainda bem que o tempo passou e eu pude conhecer uma boa literatura.
    Parabéns pelo blog!

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  2. Oi, Nádia. Obrigado por acompanhar e participar do meu blog. Provavelmente, com 17 anos, eu tb teria gostado dos livros do Paulo Coelho, não sei. O problema foi ler o primeiro agora, com 36 anos, e depois de conhecer vários excelentes livros de grandes escritores; aí fiquei muito crítico. Acho que o público do Paulo Coelho é esse: adolescente (corrigindos os erros de Português, é claro). Depois que ganhamos certa experiência e conhecimento, seus livros não acrescentam mais nada.
    Até logo!

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